Os frutos do Espírito
9º Ano da Catequese
Na verdade, “Os frutos do Espírito Santo são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja, [inspirada num excerto da Carta aos Gálatas (Gal.5,22-23)] enumera doze: Caridade, alegria, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fé ou fidelidade, modéstia, temperança e castidade” (C.Ig.Cat.1832).
Estes frutos do Espírito quando estão presentes na nossa vida tornam-nos responsáveis e adultos na fé.
Para “vermos” melhor todos os frutos do Espírito que precisamos de fazer crescer e desenvolver na nossa vida, façamos um breve Ofertório, com alguns frutos da Criação, de modo que eles nos evoquem e recordem os doze frutos do Espírito Santo. Mas para colher e acolher os frutos do Espírito Santo, aprendamos também a lição dos frutos da terra. Num caso, como noutro, «pelos frutos se conhece a árvore» (Mt.7,20), disse o Jesus.
1. Caridade – Morangos
A caridade ou o amor é o fruto primeiro do Espírito Santo. É o vínculo da perfeição e a plenitude da Lei. Trazemos ao altar os morangos: eles são como que os vegetais corações das coisas, sinais da cor e do amor... do amor de Deus derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo.
2. Alegria – Uvas
A alegria é um fruto semeado e plantado na vinha cavada no nosso coração. Oferecemos estas uvas, o precioso fruto do qual se faz o bom vinho, que alegra o coração do Homem. O vinho, que quanto mais velho, mais guarda as virtudes do sabor e do gosto. O Espírito dá-nos uma tal alegria, que resiste ao tempo é completa e ninguém mais no-la poderá tirar...
3. Paz – Azeitonas
A Paz, anunciada no ramo de oliveira dos tempos de Noé, é o fruto primeiro da Páscoa do Senhor. Oferecemos a azeitona, no ramo pendurada, suspensa no bico da pomba... do Espírito. Ela nos fala da remotíssima interpenetração dos reinos minerais, vegetais e animais. Onde Deus, o Homem e a Criação repousam juntos. «Dorme meu menino, que a mãezinha logo vem... Paz é saber que todos se amam e se querem bem».
4. Paciência – Nozes
A paciência é o fruto mais procurado no mercado da vida diária que tanto e sempre nos consome. Oferecemos as nozes, fruto que dura todo o ano, mulher de dentro de casa, dura por fora, doce por dentro, não tem pressa, não tem voz. Espera sempre por nós. Ensina-nos a paciência, a demora, entre a apanha e o seu sabor.
5. Bondade – Pêssego (peludo)
Bondade. Só um é Bom, disse de si o próprio Jesus a um jovem preso ao seu olhar. O pêssego, agora oferecido, tem a ternura de veludo macio. O pêssego sabe que é preciso; porque o coração do Homem anda vazio e a bondade já não mora na nossa face.
6. Longanimidade - Ananás
Longanimidade. Coração grande, alma cheia. Aí está o ananás. Veio das terras de longe e traz uma mensagem quente de amor e a mistura viva do sangue da negritude e da sujeição... no largo espaço do Perdão.
7. Benignidade – Laranja
Benignidade, que só vê e faz o bem, como o olhar puro da infância. As Laranjas, antes de serem fruto, são mistério de perfume da infância. Sol que é sumo de ouro refrescante no deserto das nossas vidas.
8. Mansidão- Cereja
Mansidão. Manso de coração, o Mestre deixa-se «comer» na Ceia e entrega-se em sacrifício na cruz, de braços abertos para o perdão. As Cerejas, de pele lisa, deixam-se comer na generosa partilha dos pardais. Comem-se no sossego dos portais de granito, quando a amizade passa de mão em mão...
9. Fidelidade (Fé): Maçã
Fé e fidelidade, são frutos da mesma raiz. E a maçã que foi tentação e desvio, volta, para ser presença quotidiana e humilde em casa de pobres e ricos. Fidelidade de todas as horas e dias.
10. Modéstia – Amêndoa
Modéstia. Para a dizer e ensinar, quem como a amêndoa? Dela sabemos o gosto austero e a dura condição. Só a vê quem tem olhos limpos e conhece o valor dos pequenos gestos do coração.
11. Temperança – Limão
Temperança, doçura que não se desfaz, acidez sem veneno, que não mata. Oferecemos o limão, amargo e doce. Meu limão, meu limoeiro, minha sombra no jardim, fruto ácido, doce cheiro, és espírito para mim.
12. Castidade – Castanha
Castidade, olhos puros de água cristalina, desejo de amor, sem vício da posse e do uso. A Castanha friorenta, agasalhada em roupas espinhosas e flanelas macias, vem no tempo das primeiras chuvas e traz o cheiro da terra molhada e fecunda. Quer ser dádiva, segredo, certeza de que não estamos sós. Por isso se mantém pura e resguardada para as núpcias da terra com o Céu.
Conclusão
Coisa importante é gostar dos frutos por eles serem o que são: química que não se cansa, transformação, dádiva, promessa de eterno regresso, certeza de que não estamos sós. Vêm todos os anos, como Cristo, agora e sempre e em cada dia, na força do Espírito, no Pão e no Vinho da Eucaristia.
Celebração do Dia do PENTECOSTES
Paróquia da Ponta do Pargo
23-05-2010