domingo, 12 de abril de 2009

IGREJA PAROQUIAL DA PONTA DO PARGO
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A Igreja Católica

A Igreja Católica, chamada também de Igreja Católica romana e Igreja Católica Apostólica Romana, é uma Igreja cristã colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro, sendo considerada pelos católicos como o autêntico representante de Deus na Terra e por isso o verdadeiro Chefe da Igreja Universal (Igreja Cristã ou união de todos os cristãos). Seu objectivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus. Para este fim, ela administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo. Ela não pensa como uma Igreja entre outras mas como a Igreja estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja.



Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa.



Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde do simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas e os institutos seculares.



Desde o dia 19 de Abril de 2005, a Igreja Católica é liderada pelo Papa Bento XVI. Nesse mesmo ano, ela contava aproximadamente com 1115 milhões de membros (ou seja, mais de um sexto da população mundial), distribuídos principalmente na Europa e nas Américas mas também noutras regiões do mundo.


Sua influência na História do pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.




A Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino de Deus" (cf. Mt 16, 17-20)





A Igreja define-se pelas palavras do Credo Niceno-Constantinopolitano, como:

- «una» porque nela subsiste a única instituição verdadeiramente fundada e encabeçada por Cristo para reunir o povo de Deus, porque ela tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo e porque ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.



- «santa» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "o Espírito Santo vivificou-a com a caridade" e porque ela é a "Esposa de Cristo"; também porque ela, através dos sacramentos, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de santificação, cujo objectivo final é a salvação, que consiste na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e na obtenção da santidade.



- «católica» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo.



- «apostólica» porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura. Segundo a Doutrina Católica, todos os Bispos da Igreja são sucessores dos Apóstolos e o Papa, Chefe da Igreja, é o sucessor de São Pedro ("Príncipe dos Apóstolos"), que é a pedra na qual Cristo edificou a sua Igreja.



Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:



- <<Corpo de Cristo>> porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.



A Igreja Católica acredita que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do Baptismo - constituindo assim numas das bases do ecumenismo actual. Ela defende também que muitos elementos de santificação e de verdade estão também presentes nas Igrejas e comunidades cristãs que não estão em plena comunhão com o Papa.



- <<Esposa de Cristo>> porque o próprio Cristo "Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus".



- <<Templo do Espírito Santo>> porque o Espírito Santo reside na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas".



A Igreja Católica é constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé, possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das suas 23 Igrejas autónomas.
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Vigília pascal


A Vigília de Páscoa, também chamado de Vigília Pascal ou a Grande Vigília, é a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão, por ser a primeira celebração oficial da Ressurreição de Jesus.
Historicamente, é durante essa celebração que as pessoas (especialmente adultos) são batizados e adultos catecúmenos são recebidos em plena comunhão com a Igreja. É realizada nas horas de escuridão entre pôr-do-sol no Sábado Santo e o amanhecer da Páscoa. É marcada pela primeira entoação desde o início da Quaresma do Glória e do Aleluia, uma característica litúrgica do Tempo Pascal. Do mesmo modo na Ortodoxia Oriental, a Divina Liturgia, que é celebrada durante a Vigília de Páscoa é a mais importante e elaborada do ano eclesiástico.

Na Igreja Católica Apostólica Romana

Na tradição católica romana, a Vigília Pascal consiste de quatro partes:
1) Breve Lucernário
2) Liturgia da Palavra ou Celebração da Palavra
3) Liturgia Batismal ou Celebração da Água
4) Liturgia Eucarística ou Celebração da Eucarístia

A vigília começa após o pôr-do-sol no Sábado Santo fora da igreja, onde o fogo ou fogueira é abençoada pelo celebrante.
Este novo fogo simboliza o esplendor do Cristo ressuscitado dissipando as trevas do pecado e da morte.
O Círio pascal ou (vela pascal) é abençoado com um rito muito antigo. Esta vela pascal será usado em toda o Tempo Pascal, permanecendo no santuário da igreja , e durante todo o ano em batismos, Crismas e funerais, lembrando a todos que Cristo é a "luz do mundo". Assim que a vela for acesa segue o antigo rito do Lucernário , em que a vela é carregada por um sacerdote ou diácono através da nave da igreja, em completa escuridão, parando três vezes e cantando a aclamação: "Lumen Christi" ou Luz de Cristo (em português), ao qual a assembleia responde "Deo Gratias"(Graças a Deus). A vela prossegue através da igreja, e os presentes portam velas que são acesas no Círio pascal . Como este gesto simbólico representa a "Luz de Cristo" se espalhando por todos, a escuridão é diminuída. Assim que a vela foi colocada num lugar dignamente preparado no santuário, ela é incensada pelo diácono, que entoa solenemente o canto Exulted, de tradição milenar. Ele é conhecido também como Proclamação da Páscoa, ou Pregão Pascal". Nele, a Igreja pede que as forças do céu exultem a vitória de Cristo sobre a morte, passando pela libertação do Egipto e até mesmo agradecendo a Adão pelo seu pecado "indispensável", pois as consequências de tal pecado foram o motivo da vinda de Cristo.
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A Via Sacra

As catorze estações da Via Sacra representam os episódios mais marcantes na Paixão e Morte de Cristo. Esta tradição tem origem franciscana e reproduz a "Via Dolorosa", ou seja, o percurso feito por Jesus desde o Tribunal de Pilatos até o Calvário (ou Gólgotha, 'lugar do crânio' em hebraico), em Jerusalém. Desde a sua criação, no século XV, a Via Sacra sofreu modificações ao longo do tempo, mas a sua forma final, catorze episódios, foi finalmente fixada pelos papas Clemente XII, em 1731, e Bento XIV, em 1742. É possível, entretanto, encontrar versões da Via Sacra com quinze estações (15ª Estação - A RESSURREIÇÃO).


1ª Estação



Jesus é condenado à morte.

Pilatos mandou vir água e lavou as mãos diante da multidão: "Estou inocente do sangue deste homem". A responsabilidade agora é do povo". Depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado."

2ª Estação




Jesus carrega a sua cruz.
Jesus recebe sobre seus ombros a cruz e se dirige ao Calvário ou Gólgotha ('lugar do crânio' em hebraico). A Cruz é um antigo instrumento de suplício, usado para executar os condenados à morte.



3ª Estação


Jesus cai pela primeira vez.
Jesus caminha cansado e abatido sob o peso da cruz. Seu corpo está coberto de sangue, suas forças esmorecem e ele cai. Com chicotes, os soldados que o escoltavam o forçam a se levantar.



4ª Estação

Jesus encontra Maria, sua mãe.


Mãe e filho se abraçam em meio à dor. Eles tudo partilharam até a cruz. Sua união era tão intimamente perfeita, que não tinham necessidade de falar, porque a única expressão residia nos seus corações.

5ª Estação


Jesus recebe ajuda de Simão para carregar a cruz.

Na verdade, Simão de Cireneu foi obrigado a carregar a cruz. Ele vinha passando, quando recebeu dos soldados a ordem de ajudar, Jesus tinha que permanecer vivo até a crucifixão.



6ª Estação


Verónica enxuga a face de Jesus.

Uma mulher que assistia à passagem de Jesus decide limpar a sua face tingida de sangue. O pano usado por Verônica teria ficado gravado com a imagem do rosto de Cristo.

7ª Estação





Jesus cai pela segunda vez.

Jesus sabia que iria enfrentar um cruel sofrimento. Seu espírito estava preparado, mas seu corpo estava cansado e abatido. Ele caminhava com dificuldade e mais uma vez tropeçou e caiu.



8ª Estação


Jesus fala às mulheres de Jerusalém.

Já próximo do Monte Calvário, Jesus esquece sua dor para abrir o coração e consolar as mulheres que, chorando, lamentavam o seu sofrimento.

9ª Estação



Jesus cai pela terceira vez.
Aproxima-se o fim da Via Crucis, com a última queda de Jesus, a terceira de três quedas. Jesus chega ao Calvário. Quiseram dar-lhe vinho misturado com fel, mas ele não quis beber.



10ª Estação

Jesus é despojado de suas vestes.

Os soldados tomaram as roupas e as sortearam entre eles, cumprindo assim, as profecias antigas que descreviam esse episódio.




11ª Estação


Jesus é pregado na cruz
Jesus é crucificado. Cravos de ferro rasgam sua carne, dilacerando suas mãos e pés. A cruz é erguida, e o Cristo fica suspenso entre o céu e a terra. Agora, ele está definitivamente pregado à cruz.

12ª Estação


Jesus morre na Cruz.
Com o Sol eclipsado, Jesus gritou do alto da cruz: 'Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito. Agora, estou contigo'. Baixou a cabeça e morreu.

13ª Estação

Jesus é retirado da Cruz.
Depois de pedir autorização a Pilatos, José de Arimatéia e Nicodemos compraram um lençol de linho branco e tiras de pano, e retiraram o corpo de Jesus da cruz. Maria, sua mãe, o recebeu em seus braços.

14ª Estação

Jesus é sepultado

José de Arimatéia, Nicodemos e alguns apóstolos tomaram o corpo de Jesus, envolveram-no com um lençol de linho e o deitaram numa saliência na rocha em forma de cama. Então fecharam a entrada com uma grande pedra.

15ª Estação


A Ressurreição

No domingo, as mulheres que foram ao túmulo o encontraram vazio. Viram dois homens com vestes claras e brilhantes que lhes perguntaram: "Por que procuram entre os mortos, quem está vivo? Ele não está aqui, mas ressuscitou".
















A Via Sacra celebrada na Paróquia da Ponta do Pargo

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A Via Sacra celebrada na Paróquia da Ponta do Pargo




A VIA SACRA



A Via Sacra é uma oração que tem como objectivo meditar na paixão, morte e ressurreição de Cristo. É o reviver dos últimos momentos da sua vida na Terra.


Na passada Sexta-feira Santa, dia 10 de Abril de 2009, quinze crianças e adolescentes dos diversos “anos catequéticos” da Paróquia da Ponta do Pargo, com a colaboração dos catequistas dos 7º e 9º anos, celebraram a VIA SACRA, através da apresentação em PowerPoint, das 14 estações que nos ajudam a percorrer um caminho espiritual e a compreender melhor a pessoa de Jesus e o amor que teve por nós ao ponto de se deixar matar, sofrendo muito, para que todos nós aprendêssemos o que é verdadeiramente amar.



O objectivo desta iniciativa foi Rezar a Via Sacra, revivendo na mente e no coração, a grandeza do Amor de DEUS, que para Salvar e Redimir a humanidade de todas as gerações, entregou o seu Divino FILHO em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os pecados de todos nós!



O evento decorreu entre as 14h15 e as 14h45, onde estiveram presentes, algumas dezenas de paroquianos da comunidade local.
No encerramento da VIA SACRA, toda a assembleia foi convidada a participar nas orações, que de imediato colaboraram com as crianças e adolescentes da catequese.
Posteriormente, seguiu-se um momento de adoração e oração, a que deu lugar à Celebração da Paixão do Senhor.
A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração de Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes.

O TRÍDUO PASCAL

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O TRÍDUO PASCAL







Quinta-feira Santa: Início do Tríduo Pascal





O mundo cristão assinala neste dia de Quinta-feira Santa, o início do chamado Tríduo Pascal, um período em que a Igreja celebra a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. São três momentos que a Igreja torna presentes na força do Espírito Santo, celebrando assim, de maneira solene, a Páscoa do Senhor.
As celebrações começam com a missa da Ceia do Senhor, durante a qual se unem três grandes acontecimentos que o Senhor Jesus, na Última Ceia, realizou: a instituição da Eucaristia, o Ministério Sacerdotal e o Mandamento novo do Amor. Inclui a celebração da Paixão com a adoração da Cruz na Sexta-Feira Santa, o silêncio de Sábado na sepultura do Senhor, a Missa da Vigília Pascal com os ritos baptismais, e encerra com a Missa e Segundas Vésperas do Domingo da Ressurreição.
Em síntese, a expressão Tríduo Pascal «contempla aquilo que Jesus Cristo viveu nestes dias». «São três elementos e verdades da nossa fé».








A Festa anual da Páscoa





Não se pode precisar, mas deve ter sido no século II que, além de continuar celebrando o “primeiro dia da semana” como “o dia do Senhor”, se procurou solenizar, de um modo especial dentro do ano, o domingo concreto que coincidia com a Páscoa da ressurreição, isto é, o primeiro domingo depois da Páscoa judaica, com a lua cheia de primavera e na qual Cristo celebrou a última ceia na véspera de sua morte e três dias antes de ressuscitar.
Sentido do Tríduo Pascal




O Tríduo Pascal é um conjunto de três dias celebrado no Cristianismo, composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera do Domingo da Ressurreição ou Domingo de Páscoa. Este último dia já não faz parte do Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal é a maior celebração das comunidades cristãs. A Páscoa é o centro do ano litúrgico, fonte que alimenta a nossa vida de fé. Celebrar o Tríduo Pascal da paixão e ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus que o Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, renovou a vida.
Quando teve início o Tríduo Pascal?
No final do século IV, encontramos já organizado um tríduo pascal, que Santo Agostinho recomendava vivamente a seus fiéis. Formavam, em princípio, o tríduo: a sexta-feira, o sábado e o domingo. É no século VII que o tríduo se inicia com a “Ceia do Senhor” na tarde da quinta-feira, com o que fica ele constituído pela quinta-feira, pela sexta-feira e pelo sábado - aí incluída a vigília pascal. As três datas formam uma unidade: a celebração do mistério pascal.





O que celebramos na Quinta-feira Santa?





Este dia marca o fim da Quaresma e o inicio do Tríduo pascal na celebração que relembra a ultima ceia de nosso Senhor Jesus Cristo com os doze Apóstolos.





Liturgia da Quinta-Feira de Endoenças



Os ofícios da Semana Santa chegam à sua máxima relevância litúrgica na Quinta-Feira de Endoenças, quando começa o chamado tríduo pascal, culminante na vigília que celebra, na noite do Sábado de Aleluia, a ressurreição de Jesus Cristo ao Domingo.
Na Missa dos Santos Óleos ou Missa do Crisma, a Igreja celebra a instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos usados nos sacramentos do Batismo, do Crisma e da Unção dos Enfermos, e os sacerdotes renovam as suas promessas. De entre os ofícios do dia, adquire especial relevância simbólica o lava-pés, realizado pelo sacerdote em memória do gesto de Cristo para com os seus apóstolos antes da última ceia.







História






Na Quinta-Feira de Endoenças, Cristo ceou com seus apóstolos, seguindo a tradição judaica do Sêder de Pessach, já que segundo esta deveria cear-se um cordeiro puro; com o seu sangue, deveria ser marcada a porta em sinal de purificação; caso contrário, o anjo exterminador entraria na casa e mataria o primogênito dessa família (décima praga), segundo o relatado no livro do Êxodo. Nesse livro, pode ler-se que não houve uma única família de egípcios na qual não tenha morrido o primogênito, pelo que o faraó permitiu que os judeus abandonassem do Egito, e eles correram o mais rápido possível à sua liberdade; o faraó rapidamente se arrependeu de tê-los deixado sair, e mandou o seu exército em perseguição dos judeus, mas Deus não permitiu e, depois de os judeus terem passado o Mar Vermelho, fechou o canal que tinha criado, afogando os egípcios. Para os católicos, o cordeiro pascoal de então passou a ser o próprio Cristo, entregue em sacrifício pelos pecados da humanidade e dado como alimento por meio da hóstia.





A data da Quinta-Feira de Endoenças




Quinta-Feira de Endoenças




Ano / Data



2007
5 de Abril
2008
20 de Março
2009
9 de Abril
2010
1 de Abril
2011
21 de Abril
2012
5 de Abril
2013
28 de Março
2014
17 de Abril
2015
2 de Abril
2016
24 de Março






O Senhor celebrara com os seus a última ceia no contexto da páscoa judaica: a comemoração da passagem de Israel pelo Mar Vermelho. Nesse dia, Cristo inaugura a nova Páscoa, a da aliança nova e eterna, a de seu pão compartilhado e seu sangue derramado, a de seu amor levado ao extremo e do mandato do amor para nós, a de sua passagem pela morte à ressurreição, a Páscoa que devemos celebrar em sua comemoração. Eucaristia, sacerdócio, mandato do amor e nova Páscoa do Senhor são o conteúdo preciso da missa da Ceia do Senhor. O transporte das formas (hóstias) consagradas à urna para a comunhão da sexta-feira inicia-se no século XIII. O “monumento” (local físico) é elemento acidental e só encontra sentido em vinculação com o mistério celebrado: agradecimento ao amor de Cristo e oração-reflexão do mistério pascal.







O que celebramos na Sexta-feira Santa?






Como vem acontecendo há muito tempo, hoje não se celebra a missa, tendo lugar a celebração da morte do Senhor: o mistério que é celebrado é uma cruz dolorosa e sangrenta, mas ao mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Trata-se de morte, a de Cristo, real e tremenda; mas é passagem para uma vida ressuscitada e eterna. O amor de Deus, que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. A celebração incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela morte à vida.


Toda a liturgia católica deste dia está em função de Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, que assim aparece como uma acção livre de Cristo em ordem à salvação de toda a humanidade.
A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração de Cristo crucificado.
A comunhão eucarística é, para a Igreja, a forma mais perfeita de união com o Mistério pascal de Cristo, e por isso é um ponto culminante na união dos fiéis com Cristo crucificado. O facto de se comungar do pão consagrado no dia anterior vem exprimir e reforçar a unidade de todo o Tríduo Pascal.
Além da celebração da Paixão do Senhor, rezam-se as diversas horas litúrgicas da Liturgia das Horas.


Sinais de penitência


A Igreja exorta os fiéis a que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convida-os à prática do jejum e da abstinência da carne.
Exercícios piedosos, como a Via Sacra e o Rosário, são também recomendados como forma de assinalar este dia especialmente importante para a fé cristã.




O que celebramos na Vigília Pascal?




Contamos com documentos do início do século III, que apresentam alguns elementos desta celebração, tais como: jejum, oração, eucaristia - e até baptismo, com a bênção da “fonte batismal”.Vão-se acrescentando depois novos elementos: o canto do Exultet, que vemos documentado no século IV e a bênção do círio pascal, no século V. Pouco a pouco, foi-se enriquecendo esta última, que deve ser “a celebração das celebrações” para o cristão, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias”. É o Senhor quem nos convida a celebrar sua Páscoa!Assim ouvimos com alegria: “Cristo ressuscitou, verdadeiramente, dos mortos”! Num duelo admirável a morte lutou contra a vida, e o Autor da vida se levanta triunfador da morte. Terminou o combate da luz com as trevas, combate histórico de Jesus com os fariseus e todas aquelas pessoas que não acolheram o Reino de Deus. Após as trevas brilhará o sol da Ressurreição! Nada, pois, mais necessário do que viver em intensidade estes dias sagrados e abrir os corações às inspirações divinas. Então a Páscoa será abençoada e sinal de novas conquistas e de vida plena para todos.


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Páscoa, a Terra Prometida
O que significa celebrar a Páscoa?
Depois de 40 dias no deserto, a Ressurreição é o oásis que surge nesse terreno árido?


A Ressurreição é mais que um oásis. É a Terra Prometida. O oásis é um sítio de passagem. Para nós, que estamos neste mundo de espaço e de tempo, a Páscoa que ensaiamos é a imagem da Terra Prometida, do fim do deserto.

Esta Terra Prometida surge-nos com frequência no nosso caminho ou apenas uma vez por ano?

Está sempre no nosso horizonte. Quem conduz a vida é a nossa finalidade. Ela conduz-nos todo o caminho e o percurso. Nós estamos virados para a busca da alegria e da plenitude. Este caminho está sempre presente, mas deve ser em crescendo porque a vida é uma tensão entre o que já é e aquilo que encontraremos um dia.
É uma busca de alegria com tensões?

A alegria tem várias conotações. Nem sempre entendemos a palavra alegria do mesmo modo. A alegria pascal é um estado de ânimo que me vira para fora e me abre aos outros. E abre-me também ao futuro. No entanto, utilizamos a palavra alegria para dizer estados de espírito e de mero contentamento que têm uma carga mais egoísta. Há uma alegria egoísta e uma alegria altruísta. A Páscoa é aquilo que Jesus Cristo nos trouxe com a Ressurreição. Ele trouxe-nos três coisas: a certeza de ser amado, a certeza que a vida faz sentido (há futuro) e a certeza que não ando neste mundo por ver andar os outros.

A alegria que nasce destas três verdades é diferente da mera satisfação?
É totalmente diferente. Para esses estados de espírito nem devíamos utilizar o termo alegria, mas satisfação.

A verdadeira alegria tem raízes na Páscoa?

Sim. No entanto, a primeira raiz é uma alegria egocêntrica (a busca de si próprio), a outra é uma conversão que vem por graça.

Os cristãos têm fome desta alegria que é Pão Vivo?
Deveriam ter porque esta alegria é o distintivo do cristão. É um estar virado para fora e uma vontade de viver e de comunicar. Esta alegria é compatível com a tristeza. É misterioso, mas podemos estar tristes e alegres em simultâneo.

Não é um sentimento contraditório?
A Páscoa é uma alegria dorida. É uma alegria que ainda está a caminho, não é plena. Tem as marcas do sofrimento da humanidade e do nosso próprio pecado. No entanto, é alegria porque é certeza de ser amado e que há futuro. O que contradiz a alegria não é a tristeza, mas o pessimismo.

Esta caminhada permanente tem apenas 40 dias ou é o ano litúrgico?

Quarenta dias é um paradigma para dizer que estamos sempre nesse percurso. No ano litúrgico fazemos o acompanhamento da vida de Cristo. Estes Quarenta dias são, propriamente, a preparação da Páscoa de uma forma intensiva. Para nós, enquanto não passarmos desta vida para a vida plena estamos sempre em Quaresma. Estamos a treinar a alegria e o optimismo.

Só depois aparece a fonte inesgotável. Conseguimos encontrar essa fonte?

Não podia existir alegria se houvesse essa dúvida de que a travessia não acabaria nunca. Nesses casos, em vez da alegria teríamos o divertimento e a euforia que são sucedâneos e momentâneos para enganar a falta de sentido. O divertimento não é a verdadeira alegria.

A Páscoa é simbolizada com o som das trombetas e da festa?

Esta alegria está relacionada com a festa. Quando alguém prepara uma festa de aniversário ou de homenagem não é apenas aquele dia que é festivo. Toda a preparação já é festa.

Símbolos e significados

Para vivermos melhor a festa, acende-se o Círio Pascal.

O Círio é um símbolo da passagem das trevas à luz. Acende-se para mostrar que há uma luz que começa a tomar conta do espaço. Este símbolo significa a luz no meio das trevas, mas significa, igualmente, que só se gastando haverá luz. É preciso que a vela e a cera se gaste para que haja luz. Não chegamos à alegria sem a nossa entrega e sacrifício. Quem não se quer gastar no amor não chega à luz.

É uma simbologia material visto que a cera desaparece.

O símbolo é algo material que nos projecta para uma realidade espiritual. Como símbolo tem os seus limites. Nós também nos gastamos, mas a luz fica. Um dia, a nossa dimensão histórica passa.

Então, a Ressurreição para os cristãos é como o girassol que roda com o sol?

Não é apenas um contemplar Cristo, mas participar desse Cristo. A Ressurreição é a passagem do precário e temporal para a eternidade. O girassol acompanha a luz e nós, mais do que acompanhar, vamos participando.

Um poeta diz que «A beleza é tão grande e nós somos tão frágeis».
Uma definição de Páscoa?

Nós percebemos que somos feitos para mais do que, naturalmente, conseguimos. A alegria pascal é um dom e uma graça que nos ultrapassa. No entanto, estamos destinados a caminhar. As narrativas evangélicas das aparições mostram que esta alegria transforma. Estes textos são fundamentais para percebermos a mudança que desejamos, mas que muitas vezes duvidamos que seja possível. Como temos uma tentação racionalista de que o mundo está fechado sobre si próprio, esta proposta parece-nos uma coisa estranha.

Qual a estação do ano que simboliza a Ressurreição?

De alguma maneira é a Primavera, mas a Ressurreição são os frutos. Na Primavera aparecem as flores. No entanto, a Ressurreição é o fruto de tudo isso. Essa imagem aparece no Evangelho de S. João: “Se a semente não der fruto...». O fruto é onde ressuscita a semente. Se a flor não der fruto pode ser uma coisa bonita, mas enganadora. Fica mais cosmética (efémera) do que cósmica (transformadora).

É fundamental um germinar constante?
É a capacidade de dar fruto, amor, paz, serviço e sentido para a vida. A alegria vem daí. A pessoa sem Páscoa não tem estas coisas e fica fechada sobre si próprio. Vive de forma contraditória como um rio que não desagua. Ao imaginarmos um rio que não desagua temos uma sensação de tristeza.

Ressurreição



Ressurreição em latim (resurrectione), grego (a·ná·sta·sis). Significa literalmente "levantar; erguer". Esta palavra é usada com freqüência nas Escrituras bíblicas, referindo à ressurreição dos mortos. No seio do povo hebreu, a palavra correlata designava diversos fenômenos que eram confundidos na mentalidade da época. O seu significado literal é voltar à vida, assim o ato de devolver uma pessoa considerada morta era chamada ressurreição; Existe a conotação escatológica adotada pela igreja católica para esse termo que é a ressurreição dos mortos no dia do juízo final.

A Ressurreição é a nascente ou é a foz?
Para nós é a foz. É espantoso, mas o fim comanda a vida. Cristo é o Alfa e o Omega. Jesus é nascente e foz. Este é o grande mistério, por isso nunca estamos abandonados. Sentimos que vamos para onde vimos.

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

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Domingo de Ramos na Paixão do Senhor



«Bendito o que vem em nome do Senhor!»



Entramos na Semana Santa, ponto culminante de todo o ano litúrgico, em que vamos celebrar os acontecimentos mais importantes do Mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A Semana santa inicia-se com a recordação da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, continua na quinta-feira santa com a Missa Crismal, onde se benzem os santos óleos (enfermos, catecúmenos e crisma), na parte da manhã e, na tarde com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, onde se recorda a Instituição da Eucaristia, na sexta-feira santa com a celebração do mistério da cruz, culminando com a celebração da Vigília Pascal, onde se recorda o baptismo e a ressurreição que são a meta de toda a Quaresma.



A Entrada Triunfal em Jerusalém



A Igreja recorda neste Domingo de Ramos, a Entrada triunfal de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o mistério pascal. O missal Romano ordena que em todas as missas deste domingo, se comemore esta Entrada, de uma forma mais ou menos solene: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, com a entrada simples antes das outras missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras missas que se celebram com grande assistência de fiéis. Entre nós é costume benzerem-se os ramos fora da igreja principal, noutra igreja ou capela que fique perto, e logo iniciar-se uma procissão para a igreja principal, significando essa entrada de Jesus em Jerusalém, para logo iniciar a celebração da sua Paixão. Em Jerusalém, no dia de hoje, reúnem-se peregrinos de todo o mundo, e percorrem o mesmo caminho feito por Jesus, há dois mil anos, montado num jumentinho desde o Monte das Oliveiras até à esplanada do Templo, entrando triunfalmente no mesmo. A procissão dos ramos, hoje em Jerusalém, faz portanto, o mesmo percurso, partindo da região oriental do Monte das Oliveiras, em Beit Fajé e vai até á entrada do templo, onde não entra por pertencer à religião muçulmana.




O rito da Bênção e Procissão dos Ramos



O rito começa com a entoação duma antífona ou cântico adequado de louvor: «Hossana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor». Segue-se uma exortação do presidente da Assembleia, e recorda-se a entrada de Jesus, com a proclamação do Evangelho. Aí se recorda que Jesus mandou os discípulos buscar o jumentinho. Conseguiram-no sem problemas. Então «levaram a jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. Muitos estenderam as suas capas no caminho e outros, ramos de verdura, que tinham cortado nos campos. E tanto os que iam à sua frente como os que vinham atrás, clamavam: «Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» Segue-se a Procissão, com entoação de cânticos de louvor e gloria a Cristo, Rei e Redentor, até à igreja onde vai celebrar-se agora a glorificação do Senhor através da sua Paixão.Sacrifício de Jesus é redentor Celebrado o primeiro aspecto de glória e triunfo, a Igreja entra no outro aspecto da dor, sofrimento e paixão. Aspectos contrastantes, mas necessariamente complementares, no mistério pascal. O mesmo que recebe os louros de Messias é o mesmo que passa pela dor, sofrimento e morte, para logo ressuscitar. Vencida a morte, ficará reduzida à sua condição de passagem para a vida. Será o caminho pelo qual «o Servo do Senhor», se dirige a Jerusalém, mas já iluminado pelos clarões da Ressurreição. Com efeito, Jesus subiu a Jerusalém para se submeter à morte. Por isso mesmo entrou na Cidade Santa à maneira de Messias e Rei, como os profetas haviam anunciado. Dum modo digno de «Filho de David». É porém, o triunfo modesto e humilde de um Rei que vem, não para dominar, mas para servir e dar a vida em resgate pela humanidade. Um triunfo que é prelúdio de martírio. É precisamente a liturgia da Palavra que vai iluminar este quadro. Jesus é o «Servo do Senhor» que se oferece, como vítima, pelos homens, Seus irmãos. Na sua humilhação, Deus far-lhe-á conhecer a exaltação. É o que nos diz a primeira leitura, tirada do profeta Isaías. São Paulo torna ainda mais clara esta situação. Para resgatar a humanidade da desobediência de Adão, Jesus, depois de Se ter despojado das Suas prerrogativas divinas pela Encarnação, sempre em filial obediência ao Pai, submete-se a todas as contingências da Sua condição humana. A Sua humilhação vai até à Cruz. No aniquilamento da morte, começa, porém, a Sua elevação à glória. A liturgia da Palavra apresenta a narração da Paixão de São Mateus (Mt 26,14-27 66). Na narração da Paixão, como aliás em todo o evangelho, Mateus dirige-se a cristãos de origem judaica, perfeitos conhecedores do Antigo Testamento. Por isso, lembrando os salmos e as profecias, o Evangelista mostra como a Paixão de Jesus é a realização de tudo quanto, na longa preparação da vinda do Messias, fora anunciado. Mas a Paixão marca também o fim da antiga Aliança. Ao antigo povo eleito, obstinado em não reconhecer a divindade de Jesus, sucede-se o novo Povo de Deus. Graças ao sacrifício de Cristo Jesus, todos os homens podem agora aproximar-se de Deus.

domingo, 5 de abril de 2009

IGREJA PAROQUIAL DA PONTA DO PARGO
ARCIPRESTADO DA CALHETA
DIOCESE DO FUNCHAL
CATEQUESE

Homilia de D. António Carrilho, Bispo do Funchal,

no Domingo de Ramos –
Dia Mundial da Juventude
Sé do Funchal, 05 de Abril de 2009

Bendito O que vem em nome do Senhor!(Mc 11,9)

Com o Domingo de Ramos, a Igreja entra numa contemplação mais profunda do mistério Pascal de Jesus, dando início à Semana Santa ou semana maior e celebrando solenemente os grandes mistérios da Redenção, centrados na Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. A Igreja Universal, desde há anos a esta parte, celebra também, neste domingo, a Jornada Mundial da Juventude.
A Cruz, revelação do Amor
Foi no contexto celebrativo da proximidade da maior festa hebraica, a festa da Páscoa, que Jesus, montado num jumentinho, foi recebido em Jerusalém, entre aclamações e cânticos, como evocámos com a procissão dos Ramos. Pela primeira vez, Jesus, que se subtraía a todas as manifestações entusiásticas do povo, consentiu e preparou cuidadosamente a sua entrada triunfal naquela cidade.
Neste dia do Seu único triunfo, a multidão entusiasmada, saudou e acolheu Jesus como Rei Messias e Salvador. Muitos estenderam as suas capas no caminho, e outros ramos de verdura. E todos diziam: “Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mc 11,9) O alvoroço criado pelas multidões, que aclamavam e cantavam louvores ao Filho de David, com palmas e ramos de oliveira, aumentou o ódio dos fariseus, que tentaram impedir a manifestação, com palavras de falso zelo e aparente fidelidade a Roma.
Neste gesto de sentido messiânico e de realeza, Jesus manifesta-se como o Rei de Paz, manso e humilde de coração (cf. Mt 11,29). Cristo é Aquele que vem trazer a paz e a salvação, ensinar-nos o caminho e o serviço humilde aos irmãos, com a entrega da própria vida. O Seu triunfo foi passageiro e apressou a Sua condenação à morte, em Jerusalém. O relato da Paixão do evangelista São Marcos, que acabámos de escutar, confirma que, de facto, o triunfo de Jesus culminou no Calvário, com a morte de Cruz. Seria, afinal, um momento da Sua “glorificação”!
São Paulo, vivamente impressionado com o amor de Cristo, que se esvaziou (“quénosis”) da dignidade de Filho de Deus, descendo ao mais profundo do abismo da desolação humana e da morte, exclama: “Cristo Jesus, que era de condição divina, não se valeu da Sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio”(Fl 2, 6) e obedeceu voluntariamente até à morte de Cruz. “A Cruz”, diz Bento XVI, “é a revelação mais perturbadora do Amor de Deus”.
Queridos jovens, Jesus é para todos nós, modelo de mansidão e de bondade, numa sociedade da cultura do efémero e do consumismo, que sobrevaloriza as aparências, o poder, o prestígio e as modas passageiras, e muitas vezes opta pela violência, com um total desrespeito pelo homem, atingindo especialmente os mais fracos. Caros jovens: sede a voz da Esperança, da Paz e do Amor, neste mundo de competição e desamor. Cristo precisa do vosso coração, das vossas mãos, talentos, alegria e entusiasmo, para ser conhecido, amado e seguido.

Mensagem de Esperança

O belo poema de Isaías da primeira leitura apresenta-nos, num realismo impressionante, o Servo sofredor, perfeitamente consciente e conhecedor do seu destino e missão salvífica. “O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo” (Is 50,5). Ao enumerar os graves sofrimentos que Lhe foram infligidos, o Servo do Senhor sabe que não precisa de Se desculpar nem de Se defender, porque Deus vem em Seu auxílio. Deus é eternamente fiel e está atento ao sofrimento dos mais frágeis e dos inocentes!
Caríssimos amigos, contemplando Jesus, ferido e humilhado, somos conduzidos pelo Espírito Santo a penetrar no abismo do eterno Amor do Pai: “Deus amou de tal maneira o mundo que entregou o seu próprio Filho” (Jo 3,16). A Paixão de Jesus é escola de profunda sabedoria e dos verdadeiros valores, que dignificam o homem.
O Papa Bento XVI centralizou a sua mensagem para este Dia Mundial da Juventude no tema da Esperança: “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1Tm 4,10). A Igreja, atenta aos actuais problemas dos jovens e fazendo ressonância eclesial das suas esperanças e sofrimentos concretos, diz-nos pela voz do Papa: “A juventude é o tempo das esperanças, dos sonhos e dos projectos e a crise da esperança do nosso mundo actual atinge mais profundamente os jovens: as dificuldades nos estudos, a falta de trabalho, incompreensões na família, crises nas relações de amizade ou na construção de um entendimento conjugal, doenças ou deficiências, carência de recursos adequados como consequência da actual difundida crise económica e social”. (Papa Bento XVI, Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude 2009).

Ao serviço do Bem e da Verdade

Queridos jovens, como sabeis, a dignidade humana é gravemente lesada, quando o homem se afasta voluntariamente de Deus e recusa aceitar o Seu Amor gratuito e incondicional. Refere, ainda, Bento XVI na sua mensagem: “Eis por que uma das consequências principais do esquecimento de Deus é a evidente desorientação que marca as nossas sociedades, com consequências de solidão e violência, de insatisfação e perda de confiança que não raro terminam no desespero”, e acrescenta: “Não cedais à lógica do interesse egoísta, mas cultivai o amor ao próximo e esforçai-vos por colocar a vós mesmos e as vossas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a dar a razão da vossa esperança”.
Neste ano do Jubileu Paulino, olhai para S. Paulo, o jovem que foi surpreendido e atravessado pela Luz de Cristo no Caminho de Damasco! Seduzido e apaixonado por Cristo, tornou-se o grande Apóstolo da Palavra, modelo de evangelizador para todos os tempos. Com palavras de profundo e ardente amor por Jesus, exclama diante da loucura e da sabedoria da Cruz: "Estou crucificado com Cristo! Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2, 20).

Construtores de uma nova civilização

O triunfo do Domingo de Ramos é um triunfo para o Calvário, que se realiza plenamente na glorificação e na morte de Jesus na Cruz. “Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome, que está acima de todos os nomes” (Fl 6-11). A Cruz é a prova indubitável de que Deus ama a humanidade e a quer feliz com Ele para sempre.
Querida juventude da Madeira e do Porto Santo, Jesus tem sede do vosso amor e da vossa generosidade ao serviço dos mais débeis e de quem mais precisa de ajuda! O Espírito Santo convida-nos, durante esta semana, a penetrar na intimidade do Coração de Cristo e a escutar, em registo de mistério Pascal, o paradoxo do Amor até ao fim. Não tenhais medo! O Amor de Deus é sempre libertador, criador, e redentor. Configurados com Ele, seremos testemunhas autênticas na construção da nova Civilização do Amor.
E termino, repetindo e fazendo meu o apelo tantas vezes dirigido aos jovens pelos últimos Papas: não tenhais medo!

+ António Carrilho, Bispo do Funchal

Domingo de Ramos - Funchal


IGREJA PAROQUIAL DA PONTA DO PARGO
ARCIPRESTADO DA CALHETA
DIOCESE DO FUNCHAL

CATEQUESE



Domingo, 05 de Abril de 2009


FUNCHAL



CELEBRAÇÃO DA BENÇÃO DOS RAMOS - Igreja do Colégio

EUCARISTIA DO DOMINGO DE RAMOS - Sé Catedral

DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE - Colégio de Santa Teresinha



Foto: M.E.C.+M. com D. António Carrilho


M.E.C.+M. prepara-se para a Benção dos Ramos
Rua do Bispo



Foto: M.E.C.+M. após a Eucaristia
Largo do Chafariz


Foto: Grupos Juvenis com D. António Carrilho
Atrás da Sé - Após a Eucaristia



O Movimento Dos Estudantes Católicos Madeirenses - NÚCLEO DA PONTA DO PARGO, juntamente com os Núcleos do Funchal e Santa Cruz, sendo convidado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil – Diocese do Funchal, participou na « Celebração da BENÇÃO DOS RAMOS » na Igreja do Colégio pelas 10h30, seguida de Procissão até à Sé Catedral, onde participou também na Eucaristia do Domingo de Ramos» que teve início pelas 11h00, presidida pelo Bispo D. António Carrilho.
Após o almoço convívio na Sede do Movimento, na Rua do Bispo - Funchal, deslocou-se até ao Colégio de Santa Teresinha para participar nas actividades do “DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE”, que teve o seu início pelas 14h00 deste dia 05 de Abril de 2009 (Domingo).

Nesta actividade participaram diversos grupos juvenis da nossa Região, sendo realizado um concurso denominado por "QUEM QUER SER CRISTÃO?"