IGREJA PAROQUIAL DA PONTA DO PARGO
ARCIPRESTADO DA CALHETA
DIOCESE DO FUNCHAL
ARCIPRESTADO DA CALHETA
DIOCESE DO FUNCHAL
CATEQUESE
Domingo de Ramos na Paixão do Senhor
«Bendito o que vem em nome do Senhor!»
Entramos na Semana Santa, ponto culminante de todo o ano litúrgico, em que vamos celebrar os acontecimentos mais importantes do Mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A Semana santa inicia-se com a recordação da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, continua na quinta-feira santa com a Missa Crismal, onde se benzem os santos óleos (enfermos, catecúmenos e crisma), na parte da manhã e, na tarde com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, onde se recorda a Instituição da Eucaristia, na sexta-feira santa com a celebração do mistério da cruz, culminando com a celebração da Vigília Pascal, onde se recorda o baptismo e a ressurreição que são a meta de toda a Quaresma.
A Entrada Triunfal em Jerusalém
A Igreja recorda neste Domingo de Ramos, a Entrada triunfal de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o mistério pascal. O missal Romano ordena que em todas as missas deste domingo, se comemore esta Entrada, de uma forma mais ou menos solene: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, com a entrada simples antes das outras missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras missas que se celebram com grande assistência de fiéis. Entre nós é costume benzerem-se os ramos fora da igreja principal, noutra igreja ou capela que fique perto, e logo iniciar-se uma procissão para a igreja principal, significando essa entrada de Jesus em Jerusalém, para logo iniciar a celebração da sua Paixão. Em Jerusalém, no dia de hoje, reúnem-se peregrinos de todo o mundo, e percorrem o mesmo caminho feito por Jesus, há dois mil anos, montado num jumentinho desde o Monte das Oliveiras até à esplanada do Templo, entrando triunfalmente no mesmo. A procissão dos ramos, hoje em Jerusalém, faz portanto, o mesmo percurso, partindo da região oriental do Monte das Oliveiras, em Beit Fajé e vai até á entrada do templo, onde não entra por pertencer à religião muçulmana.
O rito da Bênção e Procissão dos Ramos
O rito começa com a entoação duma antífona ou cântico adequado de louvor: «Hossana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor». Segue-se uma exortação do presidente da Assembleia, e recorda-se a entrada de Jesus, com a proclamação do Evangelho. Aí se recorda que Jesus mandou os discípulos buscar o jumentinho. Conseguiram-no sem problemas. Então «levaram a jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. Muitos estenderam as suas capas no caminho e outros, ramos de verdura, que tinham cortado nos campos. E tanto os que iam à sua frente como os que vinham atrás, clamavam: «Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» Segue-se a Procissão, com entoação de cânticos de louvor e gloria a Cristo, Rei e Redentor, até à igreja onde vai celebrar-se agora a glorificação do Senhor através da sua Paixão.Sacrifício de Jesus é redentor Celebrado o primeiro aspecto de glória e triunfo, a Igreja entra no outro aspecto da dor, sofrimento e paixão. Aspectos contrastantes, mas necessariamente complementares, no mistério pascal. O mesmo que recebe os louros de Messias é o mesmo que passa pela dor, sofrimento e morte, para logo ressuscitar. Vencida a morte, ficará reduzida à sua condição de passagem para a vida. Será o caminho pelo qual «o Servo do Senhor», se dirige a Jerusalém, mas já iluminado pelos clarões da Ressurreição. Com efeito, Jesus subiu a Jerusalém para se submeter à morte. Por isso mesmo entrou na Cidade Santa à maneira de Messias e Rei, como os profetas haviam anunciado. Dum modo digno de «Filho de David». É porém, o triunfo modesto e humilde de um Rei que vem, não para dominar, mas para servir e dar a vida em resgate pela humanidade. Um triunfo que é prelúdio de martírio. É precisamente a liturgia da Palavra que vai iluminar este quadro. Jesus é o «Servo do Senhor» que se oferece, como vítima, pelos homens, Seus irmãos. Na sua humilhação, Deus far-lhe-á conhecer a exaltação. É o que nos diz a primeira leitura, tirada do profeta Isaías. São Paulo torna ainda mais clara esta situação. Para resgatar a humanidade da desobediência de Adão, Jesus, depois de Se ter despojado das Suas prerrogativas divinas pela Encarnação, sempre em filial obediência ao Pai, submete-se a todas as contingências da Sua condição humana. A Sua humilhação vai até à Cruz. No aniquilamento da morte, começa, porém, a Sua elevação à glória. A liturgia da Palavra apresenta a narração da Paixão de São Mateus (Mt 26,14-27 66). Na narração da Paixão, como aliás em todo o evangelho, Mateus dirige-se a cristãos de origem judaica, perfeitos conhecedores do Antigo Testamento. Por isso, lembrando os salmos e as profecias, o Evangelista mostra como a Paixão de Jesus é a realização de tudo quanto, na longa preparação da vinda do Messias, fora anunciado. Mas a Paixão marca também o fim da antiga Aliança. Ao antigo povo eleito, obstinado em não reconhecer a divindade de Jesus, sucede-se o novo Povo de Deus. Graças ao sacrifício de Cristo Jesus, todos os homens podem agora aproximar-se de Deus.