domingo, 12 de abril de 2009

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

IGREJA PAROQUIAL DA PONTA DO PARGO
ARCIPRESTADO DA CALHETA
DIOCESE DO FUNCHAL
CATEQUESE

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor



«Bendito o que vem em nome do Senhor!»



Entramos na Semana Santa, ponto culminante de todo o ano litúrgico, em que vamos celebrar os acontecimentos mais importantes do Mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A Semana santa inicia-se com a recordação da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, continua na quinta-feira santa com a Missa Crismal, onde se benzem os santos óleos (enfermos, catecúmenos e crisma), na parte da manhã e, na tarde com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, onde se recorda a Instituição da Eucaristia, na sexta-feira santa com a celebração do mistério da cruz, culminando com a celebração da Vigília Pascal, onde se recorda o baptismo e a ressurreição que são a meta de toda a Quaresma.



A Entrada Triunfal em Jerusalém



A Igreja recorda neste Domingo de Ramos, a Entrada triunfal de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o mistério pascal. O missal Romano ordena que em todas as missas deste domingo, se comemore esta Entrada, de uma forma mais ou menos solene: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, com a entrada simples antes das outras missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras missas que se celebram com grande assistência de fiéis. Entre nós é costume benzerem-se os ramos fora da igreja principal, noutra igreja ou capela que fique perto, e logo iniciar-se uma procissão para a igreja principal, significando essa entrada de Jesus em Jerusalém, para logo iniciar a celebração da sua Paixão. Em Jerusalém, no dia de hoje, reúnem-se peregrinos de todo o mundo, e percorrem o mesmo caminho feito por Jesus, há dois mil anos, montado num jumentinho desde o Monte das Oliveiras até à esplanada do Templo, entrando triunfalmente no mesmo. A procissão dos ramos, hoje em Jerusalém, faz portanto, o mesmo percurso, partindo da região oriental do Monte das Oliveiras, em Beit Fajé e vai até á entrada do templo, onde não entra por pertencer à religião muçulmana.




O rito da Bênção e Procissão dos Ramos



O rito começa com a entoação duma antífona ou cântico adequado de louvor: «Hossana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor». Segue-se uma exortação do presidente da Assembleia, e recorda-se a entrada de Jesus, com a proclamação do Evangelho. Aí se recorda que Jesus mandou os discípulos buscar o jumentinho. Conseguiram-no sem problemas. Então «levaram a jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. Muitos estenderam as suas capas no caminho e outros, ramos de verdura, que tinham cortado nos campos. E tanto os que iam à sua frente como os que vinham atrás, clamavam: «Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» Segue-se a Procissão, com entoação de cânticos de louvor e gloria a Cristo, Rei e Redentor, até à igreja onde vai celebrar-se agora a glorificação do Senhor através da sua Paixão.Sacrifício de Jesus é redentor Celebrado o primeiro aspecto de glória e triunfo, a Igreja entra no outro aspecto da dor, sofrimento e paixão. Aspectos contrastantes, mas necessariamente complementares, no mistério pascal. O mesmo que recebe os louros de Messias é o mesmo que passa pela dor, sofrimento e morte, para logo ressuscitar. Vencida a morte, ficará reduzida à sua condição de passagem para a vida. Será o caminho pelo qual «o Servo do Senhor», se dirige a Jerusalém, mas já iluminado pelos clarões da Ressurreição. Com efeito, Jesus subiu a Jerusalém para se submeter à morte. Por isso mesmo entrou na Cidade Santa à maneira de Messias e Rei, como os profetas haviam anunciado. Dum modo digno de «Filho de David». É porém, o triunfo modesto e humilde de um Rei que vem, não para dominar, mas para servir e dar a vida em resgate pela humanidade. Um triunfo que é prelúdio de martírio. É precisamente a liturgia da Palavra que vai iluminar este quadro. Jesus é o «Servo do Senhor» que se oferece, como vítima, pelos homens, Seus irmãos. Na sua humilhação, Deus far-lhe-á conhecer a exaltação. É o que nos diz a primeira leitura, tirada do profeta Isaías. São Paulo torna ainda mais clara esta situação. Para resgatar a humanidade da desobediência de Adão, Jesus, depois de Se ter despojado das Suas prerrogativas divinas pela Encarnação, sempre em filial obediência ao Pai, submete-se a todas as contingências da Sua condição humana. A Sua humilhação vai até à Cruz. No aniquilamento da morte, começa, porém, a Sua elevação à glória. A liturgia da Palavra apresenta a narração da Paixão de São Mateus (Mt 26,14-27 66). Na narração da Paixão, como aliás em todo o evangelho, Mateus dirige-se a cristãos de origem judaica, perfeitos conhecedores do Antigo Testamento. Por isso, lembrando os salmos e as profecias, o Evangelista mostra como a Paixão de Jesus é a realização de tudo quanto, na longa preparação da vinda do Messias, fora anunciado. Mas a Paixão marca também o fim da antiga Aliança. Ao antigo povo eleito, obstinado em não reconhecer a divindade de Jesus, sucede-se o novo Povo de Deus. Graças ao sacrifício de Cristo Jesus, todos os homens podem agora aproximar-se de Deus.