sábado, 15 de maio de 2010

Os frutos do Espírito - Ofertório da celebração do Pentecostes

Os frutos do Espírito
9º Ano da Catequese
Na verdade, Os frutos do Espírito Santo são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja, [inspirada num excerto da Carta aos Gálatas (Gal.5,22-23)] enumera doze: Caridade, alegria, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, ou fidelidade, modéstia, temperança e castidade (C.Ig.Cat.1832).
Estes frutos do Espírito quando estão presentes na nossa vida tornam-nos responsáveis e adultos na fé.
Para “vermos” melhor todos os frutos do Espírito que precisamos de fazer crescer e desenvolver na nossa vida, façamos um breve Ofertório, com alguns frutos da Criação, de modo que eles nos evoquem e recordem os doze frutos do Espírito Santo. Mas para colher e acolher os frutos do Espírito Santo, aprendamos também a lição dos frutos da terra. Num caso, como noutro, «pelos frutos se conhece a árvore» (Mt.7,20), disse o Jesus.
1. Caridade – Morangos
A caridade ou o amor é o fruto primeiro do Espírito Santo. É o vínculo da perfeição e a plenitude da Lei. Trazemos ao altar os morangos: eles são como que os vegetais corações das coisas, sinais da cor e do amor... do amor de Deus derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo.

2. Alegria – Uvas
A alegria é um fruto semeado e plantado na vinha cavada no nosso coração. Oferecemos estas uvas, o precioso fruto do qual se faz o bom vinho, que alegra o coração do Homem. O vinho, que quanto mais velho, mais guarda as virtudes do sabor e do gosto. O Espírito dá-nos uma tal alegria, que resiste ao tempo é completa e ninguém mais no-la poderá tirar...

3. Paz – Azeitonas
A Paz, anunciada no ramo de oliveira dos tempos de Noé, é o fruto primeiro da Páscoa do Senhor. Oferecemos a azeitona, no ramo pendurada, suspensa no bico da pomba... do Espírito. Ela nos fala da remotíssima interpenetração dos reinos minerais, vegetais e animais. Onde Deus, o Homem e a Criação repousam juntos. «Dorme meu menino, que a mãezinha logo vem... Paz é saber que todos se amam e se querem bem».

4. Paciência – Nozes
A paciência é o fruto mais procurado no mercado da vida diária que tanto e sempre nos consome. Oferecemos as nozes, fruto que dura todo o ano, mulher de dentro de casa, dura por fora, doce por dentro, não tem pressa, não tem voz. Espera sempre por nós. Ensina-nos a paciência, a demora, entre a apanha e o seu sabor.

5. Bondade – Pêssego (peludo)
Bondade. Só um é Bom, disse de si o próprio Jesus a um jovem preso ao seu olhar. O pêssego, agora oferecido, tem a ternura de veludo macio. O pêssego sabe que é preciso; porque o coração do Homem anda vazio e a bondade já não mora na nossa face.

6. Longanimidade - Ananás
Longanimidade. Coração grande, alma cheia. Aí está o ananás. Veio das terras de longe e traz uma mensagem quente de amor e a mistura viva do sangue da negritude e da sujeição... no largo espaço do Perdão.

7. Benignidade – Laranja
Benignidade, que só vê e faz o bem, como o olhar puro da infância. As Laranjas, antes de serem fruto, são mistério de perfume da infância. Sol que é sumo de ouro refrescante no deserto das nossas vidas.


8. Mansidão- Cereja
Mansidão. Manso de coração, o Mestre deixa-se «comer» na Ceia e entrega-se em sacrifício na cruz, de braços abertos para o perdão. As Cerejas, de pele lisa, deixam-se comer na generosa partilha dos pardais. Comem-se no sossego dos portais de granito, quando a amizade passa de mão em mão...

9. Fidelidade (Fé): Maçã
Fé e fidelidade, são frutos da mesma raiz. E a maçã que foi tentação e desvio, volta, para ser presença quotidiana e humilde em casa de pobres e ricos. Fidelidade de todas as horas e dias.

10. Modéstia – Amêndoa
Modéstia. Para a dizer e ensinar, quem como a amêndoa? Dela sabemos o gosto austero e a dura condição. Só a vê quem tem olhos limpos e conhece o valor dos pequenos gestos do coração.

11. Temperança – Limão
Temperança, doçura que não se desfaz, acidez sem veneno, que não mata. Oferecemos o limão, amargo e doce. Meu limão, meu limoeiro, minha sombra no jardim, fruto ácido, doce cheiro, és espírito para mim.


12. CastidadeCastanha
Castidade, olhos puros de água cristalina, desejo de amor, sem vício da posse e do uso. A Castanha friorenta, agasalhada em roupas espinhosas e flanelas macias, vem no tempo das primeiras chuvas e traz o cheiro da terra molhada e fecunda. Quer ser dádiva, segredo, certeza de que não estamos sós. Por isso se mantém pura e resguardada para as núpcias da terra com o Céu.

Conclusão
Coisa importante é gostar dos frutos por eles serem o que são: química que não se cansa, transformação, dádiva, promessa de eterno regresso, certeza de que não estamos sós. Vêm todos os anos, como Cristo, agora e sempre e em cada dia, na força do Espírito, no Pão e no Vinho da Eucaristia.
Celebração do Dia do PENTECOSTES
Paróquia da Ponta do Pargo
23-05-2010