Sinal de vida, luz e esperança
Coroa de Advento símbolo da luz e da vida
Introduziu-se nas nossas igrejas o costume de fazer uma coroa de Advento (ou coroa das luzes de Advento). Trata-se de uma iniciativa louvável de marcar os tempos do ano litúrgico com alguns sinais visuais ou acústicos, imagens eloquentes, com intenção pedagógica, recorrendo, quando necessário, ao tesouro da linguagem simbólica universal (no Advento, a coroa; no Natal, o presépio; na Quaresma, a cruz ou o Crucifixo; na Páscoa, o Círio pascal adornado).Deste modo, de forma expressiva e impressiva, a rica linguagem da liturgia alarga-se para alimentar a espiritualidade cristã e abre-se a outros horizontes.A sua linguagem é coerente e insere-se nas raízes simbólicas universais.O cristianismo, no seu dinamismo activo de incarnação, retoma sempre, tanto no passado como hoje, e dá sentido a estas linguagens e integra-as na sua liturgia. Facilmente se descobre, na coroa de Advento, uma afinidade com outras práticas tradicionais, nomeadamente, o rito do “lucernário” (o acender da luz, ao cair da tarde), na sua forma circular, símbolo primordial da eternidade, na cor verde vegetal, sinal de vida e esperança.... A progressividade da luz, imprimida pelo ritmo dos quatro círios que balizam as quatro semanas de preparação, e que se vão acendendo, até ao Natal, a festa da Luz, aponta o caminho das trevas para a luz, como assinala o profeta: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”. “A coroa de Advento é, pois, um símbolo da esperança de que a luz e a vida triunfarão sobre as trevas e a morte”. O que é a coroa? É uma roda, envolvida por uma rede de arame para segurar os ramos verdes que a revestem totalmente. Sobre a roda (de madeira ou outro material resistente) colocam-se quatro velas ou círios, bem seguros, (de cor ou várias cores). Deve colocar-se a coroa num lugar bem visível da igreja, contanto que não esconda o altar, o ambão e a cadeira e se enquadre bem e respeite a estética da igreja. A realização e a colocação deste elemento requer estudo e bom gosto, sob pena de se tornar incoerente ou agressiva, em contraste com a harmonia do espaço sagrado.Pode benzer-se a coroa, segundo o formulário previsto no Ritual das bênçãos.Em cada domingo é acendida uma vela, ou por uma criança, ou por um jovem, ou por um idoso, ou por um casal, etc... Caso a colocação da coroa não facilite este modo de proceder, a coroa já aparecerá acesa (1ºdom. – 1 vela; 2º – 2 velas; etc.).Também nas famílias, nas escolas e nos grupos de catequese se pode fazer a coroa de Advento. Colocada em lugar de destaque e de honra, deve constituir um pólo de reunião da pequena comunidade para a Palavra e para a Oração.A “Coroa de Advento” pode ser benzida no início da missa. A bênção terá lugar após a saudação inicial, em vez do acto penitencial.Advento prepara Natal Começa hoje o tempo litúrgico do Advento. O Advento é um dos denominados “tempos fortes” do ano litúrgico que acentua, diacronicamente, um momento particular do Mistério de Cristo.A “feliz expectativa” do Advento assinala de forma clara que o tempo da festa não chegou; aliás, no início do Cristianismo a palavra “adventum” (parusia, em grego) utilizava-se para denominar não a primeira vinda de Jesus, mas a sua vinda definitiva no fim dos tempos, como Senhor do Universo.Quem participar nas celebrações dos Domingos do Advento notará que esta perspectiva “escatológica” continua a dominar, com destaque para os profetas e para João Baptista. No entanto, a partir do dia 17 de Dezembro, a preparação do Natal fixa-se nos antecedentes próximos do nascimento de Jesus e na figura da Virgem Maria, com as célebres antífonas do “Ó” na Liturgia das Horas ou as tradicionais “Missas do Parto” na ilha da Madeira.A partir do séc. VI tornou-se normal preparar o Natal desta maneira, mas o actual contexto cultural, económico e social provoca um impacto com fenómenos a que o tempo litúrgico não estava habituado. De facto, o Natal já há muito que começou nas ruas e montras decoradas, nos catálogos de compras, nos anúncios televisivos.Se, como dizem os especialistas, o Natal faz parte de um conjunto de momentos salvíficos que a Igreja celebra ritualmente centrada em Cristo, o desafio das 4 semanas que o preparam directamente é retomar essa centralidade. O Advento quer oferecer aos fiéis e à sociedade uma oportunidade para reflectir sobre as riquezas de uma dimensão da vida de Cristo, a sua Encarnação, como momento fundamental na História da Salvação.Tanto mais importante é este tempo de preparação litúrgica quanto mais gente está tão preocupada em preparar o Natal que não lhe dá atenção. O “tempo da esperança” pode então ser um grande testemunho cristão para o actual momento da sociedade: tempo de morte, de terror, de prescindir de direitos em nome da segurança. O Advento de 2008 é uma oportunidade única para lembrar todos os homens que o Natal acontece mesmo quando eles não querem.
Pedras Vivas, 30-11-2008
Coroa de Advento símbolo da luz e da vida
Introduziu-se nas nossas igrejas o costume de fazer uma coroa de Advento (ou coroa das luzes de Advento). Trata-se de uma iniciativa louvável de marcar os tempos do ano litúrgico com alguns sinais visuais ou acústicos, imagens eloquentes, com intenção pedagógica, recorrendo, quando necessário, ao tesouro da linguagem simbólica universal (no Advento, a coroa; no Natal, o presépio; na Quaresma, a cruz ou o Crucifixo; na Páscoa, o Círio pascal adornado).Deste modo, de forma expressiva e impressiva, a rica linguagem da liturgia alarga-se para alimentar a espiritualidade cristã e abre-se a outros horizontes.A sua linguagem é coerente e insere-se nas raízes simbólicas universais.O cristianismo, no seu dinamismo activo de incarnação, retoma sempre, tanto no passado como hoje, e dá sentido a estas linguagens e integra-as na sua liturgia. Facilmente se descobre, na coroa de Advento, uma afinidade com outras práticas tradicionais, nomeadamente, o rito do “lucernário” (o acender da luz, ao cair da tarde), na sua forma circular, símbolo primordial da eternidade, na cor verde vegetal, sinal de vida e esperança.... A progressividade da luz, imprimida pelo ritmo dos quatro círios que balizam as quatro semanas de preparação, e que se vão acendendo, até ao Natal, a festa da Luz, aponta o caminho das trevas para a luz, como assinala o profeta: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”. “A coroa de Advento é, pois, um símbolo da esperança de que a luz e a vida triunfarão sobre as trevas e a morte”. O que é a coroa? É uma roda, envolvida por uma rede de arame para segurar os ramos verdes que a revestem totalmente. Sobre a roda (de madeira ou outro material resistente) colocam-se quatro velas ou círios, bem seguros, (de cor ou várias cores). Deve colocar-se a coroa num lugar bem visível da igreja, contanto que não esconda o altar, o ambão e a cadeira e se enquadre bem e respeite a estética da igreja. A realização e a colocação deste elemento requer estudo e bom gosto, sob pena de se tornar incoerente ou agressiva, em contraste com a harmonia do espaço sagrado.Pode benzer-se a coroa, segundo o formulário previsto no Ritual das bênçãos.Em cada domingo é acendida uma vela, ou por uma criança, ou por um jovem, ou por um idoso, ou por um casal, etc... Caso a colocação da coroa não facilite este modo de proceder, a coroa já aparecerá acesa (1ºdom. – 1 vela; 2º – 2 velas; etc.).Também nas famílias, nas escolas e nos grupos de catequese se pode fazer a coroa de Advento. Colocada em lugar de destaque e de honra, deve constituir um pólo de reunião da pequena comunidade para a Palavra e para a Oração.A “Coroa de Advento” pode ser benzida no início da missa. A bênção terá lugar após a saudação inicial, em vez do acto penitencial.Advento prepara Natal Começa hoje o tempo litúrgico do Advento. O Advento é um dos denominados “tempos fortes” do ano litúrgico que acentua, diacronicamente, um momento particular do Mistério de Cristo.A “feliz expectativa” do Advento assinala de forma clara que o tempo da festa não chegou; aliás, no início do Cristianismo a palavra “adventum” (parusia, em grego) utilizava-se para denominar não a primeira vinda de Jesus, mas a sua vinda definitiva no fim dos tempos, como Senhor do Universo.Quem participar nas celebrações dos Domingos do Advento notará que esta perspectiva “escatológica” continua a dominar, com destaque para os profetas e para João Baptista. No entanto, a partir do dia 17 de Dezembro, a preparação do Natal fixa-se nos antecedentes próximos do nascimento de Jesus e na figura da Virgem Maria, com as célebres antífonas do “Ó” na Liturgia das Horas ou as tradicionais “Missas do Parto” na ilha da Madeira.A partir do séc. VI tornou-se normal preparar o Natal desta maneira, mas o actual contexto cultural, económico e social provoca um impacto com fenómenos a que o tempo litúrgico não estava habituado. De facto, o Natal já há muito que começou nas ruas e montras decoradas, nos catálogos de compras, nos anúncios televisivos.Se, como dizem os especialistas, o Natal faz parte de um conjunto de momentos salvíficos que a Igreja celebra ritualmente centrada em Cristo, o desafio das 4 semanas que o preparam directamente é retomar essa centralidade. O Advento quer oferecer aos fiéis e à sociedade uma oportunidade para reflectir sobre as riquezas de uma dimensão da vida de Cristo, a sua Encarnação, como momento fundamental na História da Salvação.Tanto mais importante é este tempo de preparação litúrgica quanto mais gente está tão preocupada em preparar o Natal que não lhe dá atenção. O “tempo da esperança” pode então ser um grande testemunho cristão para o actual momento da sociedade: tempo de morte, de terror, de prescindir de direitos em nome da segurança. O Advento de 2008 é uma oportunidade única para lembrar todos os homens que o Natal acontece mesmo quando eles não querem.
Pedras Vivas, 30-11-2008